Relato de expedição na caverna Gouffre Berger - França

26/08/2009 por Walker Gomes Figueiroa Artigos

Chegamos à -1.180 metros de profundidade e voltamos em 24horas.

Esse é um relato de algumas das mais incríveis experiências que tive. Talvez este meu ponto de vista não seja o mesmo de muitos que estiveram nessa expedição. Mas essa é a real forma de como vivi e vi tudo o que aconteceu nessa vivência.

Escrevo aqui o que passou por trás do meu olhar na descida as profundezas do Berger, na região de Haute Vercors nos Alpes franceses. Viagem por esta caverna que para sempre estará em minhas lembranças.

Aproveitando uma viagem a trabalho à Europa, entrei em contato com amigos espeleólogos na França com o intuito de penetrar em uma caverna “menos mil”. “ Menos Mil “ quer dizer que a caverna tem mais de mil metros de profundidade, o que leva a um alto grau de dificuldade em sua exploração já que consiste em levar uma quantidade absurda de cordas e equipamentos de ancoragem e de estar confinado a uma profundidade enorme.

A essa profundidade é imprescindível manter o equilíbrio e controle mental pois, se você decidir sair da caverna, isso só será possível após horas e horas de extremo esforço físico.

Fui a Europa com 3 grandes metas para as horas livres do trabalho: escalar o Mont Blanc (4808m - França), descer a caverna Berger (1180m - França) e praticar canyoning no cânion Cresciano (Suiça), um dos mais clássicos cânions da Europa que após subir a montanha de helicóptero, inicia-se a travessia de um cânion com mais ou menos 70 cachoeiras, um desnível de 760 m e 1900 m de desenvolvimento. Após realizar todas essas façanhas não tenho dúvidas de que o Berger foi a mais difícil.

A princípio a expedição estava marcada para início de Agosto, juntamente, com uma equipe francesa. Mas depois de alguns desacertos Éric Sanson, um dos membros de equipe, nos sugeriu entrarmos juntos com a Expedição Inglesa no dia 26 de Julho. A nossa equipe era formada por 2 franceses Éric Sanson, Pierre Berger e eu. Foi o pai de Pierre, juntamente com Fernand Petzl e outros, que foram os primeiros a explorar essa cavidade. Toda essa logística foi muito bem organizada e coordenada pelos ingleses, sendo que a nossa equipe não teve participação ativa na organização geral e sim o foco na nossa missão. Nosso objetivo era atingir o ponto mais profundo do Berger, -1180m, o que consiste na 14ª cavidade mais profunda do mundo (2009).

Para isso precisávamos contar com algumas informações importantes: muitas cordas e inúmeras plaquetas de ancoragens seriam necessários. A temperatura da caverna é em torno de 0 grau. Existe o risco de molhar-se em torno de -600m e a certeza de se molhar a profundidade de -1000m, o que aumentaria consideravelmente nosso frio e a hipotermia junto com a exaustão é o pior inimigo nesse ambiente.

Outro dado importante que tornava quase impossível a minha presença na equipe é que tinha apenas 5 dias de folga no meu trabalho. Em Julho estava morando na Suíça e trabalhando como guia internacional de canyoning, ou seja, fazia canyoning todo dia o que não me possibilitava descansar para essa expedição.

Após muitas e muitas conversas, a estratégia foi decidida e os pontos positivos iam aparecendo. Éramos 3 espeleólogos experientes e extremamente rápidos. Éric Sanson já havia ido até o fim dessa caverna. Pierre já havia entrado 2 vezes mas nunca passara dos – 500 metros de profundidade, e eu estava na minha primeira tentativa.

Estratégia

A expedição foi planejada do dia 19/07 ao dia 03/08/2009. Ao todo éramos em torno de 20 pessoas, divididos em missões diferentes. Embora eu não tenha feito parte da organização e logística da expedição, a qual foi mérito dos ingleses, pude observar que a caverna foi dividida com as seguintes missões e da seguinte forma:

Equipe de apoio: esta ficou no acampamento base (entrada da caverna) dando suporte à expedição e controlando a entrada e saída dos espeleólogos. Foi responsável também pela comunicação entre o telefone do acampamento base com o acampamento 1.

Equipe 1: instalação do abismo até - 500 metros de profundidade.

Equipe 2 : instalação de fios telefônicos e um telefone no acampamento um a – 500 m.

Equipe 3 : levar material e instalar do acampamento um a -500 m até a profundidade de – 1000 m.

Equipe 4 : levar material ao acampamento um para poder equipar até o fim.

Equipe 5 : montar acampamento dois a - 800 m de profundidade.

Equipe 6 : equipar  o restante da caverna.

Equipe 7 (nossa equipe) : descer com a furadeira e instalar novas ancoragens mecânicas de - 900 metros a - 1000 metros onde as mesmas estavam já bem frágeis.

Equipe 8 : desinstalar as cordas e ancoragens do final a - 500 metros de profundidade.

Equipes 9 e 10 : desinstalar as cordas e ancoragens de - 500 ao início da caverna.

Muitos espeleólogos fizeram parte de mais de 1 equipe e as missões iam mudando e se adequando às necessidades. Os acampamentos foram desequipados de acordo com as saídas dos espeleólogos da caverna.

As equipes estando organizadas e a logística traçada teríamos que ter então a logística da nossa pequena equipe de três espeleólogos. Tínhamos como principal missão atingir o fim da caverna com exceção de Éric que já havia estado lá. Um objetivo secundário era o de reinstalar parte da caverna. Tendo isso bem claro para gente, Éric lançou a idéia:

- Como somos apenas três, entramos e saímos da caverna em até 30 horas sem repouso e sem dormir. Faríamos uma descida rápida de forma a cumprir nosso objetivo e sairíamos imediatamente da caverna, assim poderíamos descer mais leves levando menos suprimentos e fazendo uma investida rápida.

Vindo de Éric, um espeleólogo, extremamente experiente e um dos mais ativos que conheço, não fora surpresa que propusesse isso. Por mais “maluca” e impossível que pareceu a ideia, Pierre e eu aceitamos e até gostamos do desafio, estava traçado então nossos objetivos.

Dia 26 de agosto de 2009. O Grande Dia

O grande dia chegou: eram 10 horas da manhã quando despedi do meu amigo Carlitos que iria mergulhar em outra caverna e me encontrei com Éric. Fomos de carro até o início da trilha onde nos encontramos com Pierre e iniciamos a trilha de 1 hora e 30 minutos até o acampamento base na entrada do Berger. Chegando lá encontramos com os ingleses e conversamos sobre nossos objetivos e todos nos olhavam com surpresa em querermos fazer uma investida rápida dessa forma. O mais preocupante é que essas pessoas que nos olhavam assim também eram espeleólogos que iam a grandes profundidades com frequência e não pessoas comuns, o que me preocupou um pouco, porém me manteve firme em meu objetivo.

Ainda nem tinha entrado na caverna e eu já estava cansado devido aos inúmeros canyonings que eu havia feito nos dias anteriores na Suíça.

Às 13 horas

Todos prontos. O sol absurdamente quente lá fora e iniciávamos nossa descida. Somente apenas 70 metros de descida dentro da caverna, já podíamos observar blocos enormes de gelo. O que confirmava a baixa temperatura que estávamos. Em temperaturas tão baixas temos que nos manter em movimento para manter nossos corpos quentes.

Primeiros Metros

A luz ia sumindo nos caminhos da escuridão...

...Os primeiros metros da caverna são bem cansativos. Diversos rapéis em torno de 40 a 50 metros entre eles, corredores e quebra-corpos estreitos. A mochila dificultava muito o acesso, enroscando em tudo. Os quebra-corpos exigiam muitas escaladas e desescaladas. Terminava um rapel, já estávamos em outro. Só conseguia pensar na volta, afinal descer é fácil, agora subir isso com 10 kg de mochila e cansados, 10 horas depois, não seria tão fácil assim.

Os “abismos” eram lindos, imponentes. Nos primeiros 25 minutos na caverna chegamos a um monte feito de pedras, com uma placa. Era 1 monumento a 1 espeleólogo inglês que faleceu durante a prática da espeleologia há alguns anos atrás. Esse momento me fez pensar: mesmo estando na França onde possui um dos resgates em cavernas mais eficazes do mundo, a profundidade de - 1000 metros, se acontece algo, não sei qual seriam as chances de um resgate positivo, portanto o melhor éramos nos cuidar e cumprir as etapas de forma bem segura.

Seguíamos a descida e, rapidamente, penetrávamos nas entranhas da terra. Nossa equipe estava incrivelmente rápida. Já havíamos chegado a menos 400 metros e só estávamos a três horas na caverna. Parecia que conseguiríamos contemplar nosso objetivo, de concluir em menos de 30 horas essa atividade.

O Éric, devido ao seu alto nível técnico, é uma das pessoas que testam os equipamentos da Petzl, antes de serem lançados no mercado. Nesse dia, ele estava testando uma lanterna Ultra da Petzl. Essa lanterna é uma das lanternas compactas de cabeça mais potentes que existem e isso deu um toque especial na aventura. Quando ele iluminava os abismos sequenciados da caverna, era uma das imagens mais lindas que eu já havia visto e nos propiciava uma excelente visibilidade despertando um novo sonho de consumo...de adquirir esta lanterna para novas explorações.

Mas algum pouco tempo e as luzes da Ultra do Éric era refletida pelo prateado das mantas térmicas do bivaque a - 500 metros. Estávamos no acampamento um. Lá encontramos um homem, tremendo de frio, cara pálida e assustada... Quando ele se dirigiu a gente e nos relatou sua história.

Este havia caído em uma piscina de água fria. A corda de um dos corrimões a profundidade de 650 metros estava raspando em uma quina afiada de rocha e rompeu-se o levando a queda. Felizmente não era alto, mais ou menos dois metros, mas havia água, um dos maiores inimigos das cavernas francesas. Instantaneamente entrou em hipotermia (queda da temperatura do corpo) e teve que tentar sair imediatamente da caverna para não morrer de frio. Porém, a essa profundidade precisaria de horas para isso. Quando o encontramos ele havia acabado de chegar ao acampamento um e trocado de roupas. Conversamos por cinco minutos e seguimos nossa descida, enquanto este homem seguia em direção a saída da caverna, sozinho.

Neste momento não conseguia imaginar nada pior que estar molhado a essa profundidade, mal sabia que seríamos os próximos, mas em uma profundidade bem maior.

Logo chegamos aos inúmeros corrimãos que seguiam lateralmente a um rio. As cordas e instalações a profundidades mais baixas que - 600 metros começam a ficar bem mal instaladas, pois nestas profundidades todos já estão cansados e por isso, afeta um pouco a qualidade das instalações e ancoragens, devido ao grande fator psicológico e cansaço. Então os franceses costumam dizer que procuram fazer apenas o necessário. Passávamos por esses corrimãos até chegarmos ao corrimão que rompeu com nosso colega inglês. Nesse trecho tivemos que escalar sem cordas, tomando extremo cuidado para não sermos também outra vítima da água. Após esses corrimãos, tinha uma sequência de rapéis guiados e já chegávamos a profundidade de - 900 metros. Neste ponto encontramos colegas da equipe inglesa que subiam desde o fundo da caverna. Extremamente cansados. Conversamos um pouco para obter mais informações quando logo atrás o Pierre se enrosca nas cordas e fica ali preso durante uns 10 minutos, enquanto Éric gritava instruções pra ele se desenroscar dali. Neste momento ficamos todos parados em um ambiente extremamente úmido e foi o suficiente para sentir a potência do frio que existia ali embaixo, sendo que até o momento foi a primeira vez que paramos.

Problema resolvido e seguíamos para baixo. Chegamos a - 940 metros às 21 horas. Neste ponto estávamos no topo de uma cachoeira de 60 metros de altura, a qual pudemos ter certeza que iríamos ficar todos molhados. Éric decidiu não ir em frente, já que já havia estado no fundo do Berger. Ele então ficaria com a furadeira e iria adiantando as novas ancoragens que seriam instaladas nesse local. Pierre e eu seguimos em frente.

Descemos essa cachoeira, nos molhamos um pouco e mais algum tempo depois e muitas desescaladas, exatamente as 21 horas e 45 minutos estávamos a tão esperada profundidade de menos - 1180 metros. Era o mais profundo que Pierre e eu já havíamos estado na vida. O sorriso e a alegria vinha a tona e também a preocupação de saber que o mais difícil começava agora. Subir tudo de volta não seria fácil. Ficamos por 10 minutos tirando fotos e apreciando a sensação de termos atingido parte do nosso objetivo, mas para completar o real objetivo tínhamos que voltar bem para casa.

A Volta

As cordas haviam apenas começado, já estávamos novamente a - 900 metros e cansados. Éric parecia um louco com a furadeira trabalhando sem descanso (ele é conhecido por sempre estar disposto). Pierre e eu começamos a cozinhar a nossa comida. Após 10 minutos parados e bem molhados da cachoeira anterior que tínhamos acabado de subir o frio começava a incomodar. O tempo que levei para comer foi o suficiente para estar em uma forte hipotermia, o que eu não sabia ainda é que era a primeira de muitas hipotermias que ainda teria. O Éric ia começar a comer agora, então decidi que eu não poderia esperá-los ou a minha hipotermia iria se agravar. Me separei do grupo e para garantir a minha vida iniciei minha subida sozinho.

Conforme caminhava e subia por cordas, que não acabavam nunca o calor do meu corpo ia voltando e o cansaço aparecendo. Minha concentração estava 100% já que qualquer curva errada naquele labirinto de pedras poderia me trazer consequências graves ou até mesmo nunca sair de lá.

Após subir seis lances grandes de cordas, várias partes de escalada, caminhada e mais de 12 horas incessantes de atividade, o corpo já implorava descanso. Então após cada lance de corda deitava sobre a mochila para dormir. Caia imediatamente no sono, o que levava em média 8 minutos, para acordar tremendo de frio. Iniciava-se assim a luta entre o cansaço e o frio.

Se eu parasse para descansar entrava em hipotermia, se eu prosseguisse pra me manter quente caía em exaustão. Assim, sozinho naquela profundidade, procurei manter o equilíbrio e controle mental para continuar em movimento. Sonhando com o conforto que teria ao chegar no acampamento um, onde poderia aguardar meus dois companheiros. Coloquei então o acampamento um como o meu foco, e depositava todas as minhas energias para chegar lá.

Acampamento 1

Já eram 5 horas da manhã, após 14 horas na caverna, sem descanso, chegava ao acampamento um. Pensava que estaria salvo da hipotermia e poderia descansar, mal sabia...

...Quando abri o bivaque, a decepção... A equipe que encontramos na descida a - 900 metros estava inteira ali dentro e não havia espaço para mim. Então me dei conta do problema que tinha. Tirei o macacão molhado e peguei um pouco de roupa quase seca que tinha na mochila. Não tinha outra opção, tinha que esperar a minha equipe, não poderia deixá-los lá e também não tinha mais forças para continuar. Precisa parar um pouco, mas sabia que nessas condições a hipotermia iria voltar. Coloquei todas as roupas possíveis sendo seis blusas e duas calças, luvas, gorro e cachecol. Precisava me manter quente. Encontrei um colchão amarelo inflável fora do bivaque e deitei sobre ele. Cobri-me com a manta térmica e coloquei ao meu lado algumas velas e isqueiro, prontos para acender em caso da hipotermia voltar. Dormi por 15 minutos e a hipotermia voltou mais forte. Sentei e me cobri com a manta térmica, acendi uma vela para gerar calor embaixo da manta e em 5 minutos a hipotermia passava. Deitava para descansar as costas, mas sabia que sem a vela era questão de tempo para a hipotermia voltar. Novamente me via tremendo em uma hipotermia profunda, sentado e enrolado com a manta térmica, e a minha pequena vela ali para me salvar.

Passaram-se alguns minutos e caí no sono. Logo acordava com a manta pegando fogo. Ainda bem que era só o começo do incêndio e o fogo apenas fez um buraco na manta térmica, mas ainda podia usá-la. Essa briga perdurou até as 7 horas e 30 minutos da manhã. Quando um espeleólogo saiu do bivaque e eu consegui um lugar para entrar. Vendo-me naquela situação os colegas ingleses me ofereceram um chocolate quente. Claro que aceitei, e me senti em um hotel 5 estrelas. Quando me trouxeram o chocolate, me entregaram e brincaram:

- 5 euros, aceita?

Mal sabia que se precisasse, naquele momento pagaria muito mais que isso.

Tomei o chocolate, grátis claro, e dormi preocupado com os meus colegas que ainda não haviam chegado.

Às oito horas da manhã. O reencontro.

Às 8 horas da manhã escuto Éric e Pierre se aproximando. Eles pararam, se alimentaram e me acordaram às 8h 30m me dizendo que estavam seguindo pois estavam entrando em hipotermia e não podiam mais esperar. Então como eu ainda precisava de 30 minutos para reorganizar todo meu equipamento, mais uma vez iria subir sozinho. Meus colegas então seguiram. Eu só consegui estar com tudo pronto e subir às 9 horas.

Iniciei minha subida solitária, agora mais do que nunca atento com o caminho e com as técnicas, pois naquele trecho estavam as maiores galerias da caverna e os caminhos mais labirínticos. Ainda faltavam 500 metros de desnível para subirmos.

As cordas não acabavam mais e às vezes eu via no fundo as luzes dos meus colegas, bem longe. Às 11h 30m alcancei os meus parceiros, continuei subindo e mantendo o mesmo ritmo. Éric e Pierre que seguiam em um ritmo constante e mais lento foram ficando cada vez mais para trás. A minha sede de vontade de sair da caverna me dava forças para continuar. A cada lance de corda eu pensava:

- Agora faltam 60 metros, agora 50 metros, agora 20 metros...

Cada metro era uma conquista, e que conquista...

Logo avistei novamente alguns blocos de gelo que eu lembrava estar perto à entrada. No final passava-se por um corredor estreito e a mochila dificultava muito essa passagem. Mais algumas cordas acima e dezenas de minutos, uma luz no fim do túnel e a alegria de estar próximo da entrada. No último lance de corda da caverna já era possível sentir uma melhora na temperatura. Exatamente às 13 horas do dia 27/07/2009 eu atingia o acampamento base, fora da caverna. Ainda estava saindo da caverna e ouvia os murmúrios da equipe externa. Logo, quando me avistaram, pude ouvir os gritos e parabenizações. Neste instante os simpáticos colegas ingleses me ofereceram um macarrão, quentinho e chocolate quente. Aceitei os presentes e em cima de uma pedra quente pelo sol dormi por mais de 2 horas até reencontrar meus 2 companheiros franceses, que as 15 horas atingiam a superfície.

A atividade ainda não acabava ali, ainda restavam 1h 30m de caminhada até o carro, mas só de poder fazer isso na presença do sol e em temperatura de 24° já era o que precisávamos para nos dar às últimas forças.

Hoje, falo com certeza, de todas as atividades que fiz em minha vida, que não foram poucas, o Berger, sem dúvida nenhuma, foi uma das mais difíceis tecnicamente e emocionalmente.

Lá pude colocar em prática todas as técnicas antes treinadas como rapel, técnicas de subida, derivações, derivações com pêndulo, fracionamento, fracionamento com pêndulos, corrimãos, rapéis guiados, tirolesas, escaladas, desescaladas, orientação, tratamentos de hipotermia, etc.

Muito obrigado aos colegas ingleses, ao Pierre, e em especial ao Éric Sanson por me convidar a essa expedição.

 





Sobre o autor: Walker Gomes Figueiroa


Walker Gomes Figueiroa

Representante exclusivo da Petzl no Brasil, uma das mais importantes marcas de equipamentos de iluminação, verticalidade e resgate do mundo. Atua na área da verticalidade desde 1995 e é instrutor de cursos esportivos e profissionais conceituados mundialmente.