Pernilongos Assassinos, 17 m, 7A – Nova Via Escalada

30/04/2013 por Walker Gomes Figueiroa Notícias

Iracemápolis é uma cidadezinha pacata há 20 minutos de Piracicaba, interior de São Paulo. Em uma pedreira abandonada, no meio de estradas de cana, se erguem alguns paredões com grande potencial para diversas vias de escalada esportiva.

Iracemápolis é uma cidadezinha pacata há 20 minutos de Piracicaba, interior de São Paulo. Já há alguns anos vem sendo frequentado de maneira muito tímida por escaladores da região. Principalmente por montanhistas de Americana, Piracicaba, Limeira e Rio Claro. Em uma pedreira abandonada, no meio de estradas de cana, se erguem alguns paredões com grande potencial para diversas vias de escalada esportiva.

No dia 21 de abril de 2013, a pedreira de Iracemápolis ganhou mais uma via de escalada, a Pernilongos Assassinos. Chegando à pedreira, é a segunda via do lado direito. Uma linha bastante interessante, saindo em diagonal direita na parede, em direção a um pequeno teto. Já de inicio exige alguns movimentos de aderência e boa movimentação de pernas. Antes do teto, é necessário subir apoiando o calcanhar à direita, fazendo um leve contra-peso com corpo a esquerda e pinçar a mão direita puxando o corpo e se apoiando abaixo do teto em uma posição pouco confortável. Desse ponto, a via sai do teto à esquerda e inicia uma sequência de fendas na rocha, onde possibilita diversos movimentos interessantes. Entre entaladas de mãos e boas agarras, chega-se ao início do crux. O crux tem um segredinho para se passar com mais facilidade, mas logo de cara é um bloco grande de pedra sobre a cabeça do escalador, sem muitas opções de onde se segurar, tendenciado ao escalador tentar a via pelo lado errado, até que depois de um pouco de esforço, vê-se que o lado que parecia mais difícil, é na verdade o mais fácil, mas não tão simples, sendo necessário uma boa entalada de joelho para facilitar os movimentos (uma das opções). Inicia-se então uma sequência de regletes até atingir uma diagonal à esquerda, com diversas fissuras. Neste ponto a via se divide entre 2 crux, e é um local que possibilita um bom respiro, antes de encarar os próximos movimentos. Escalando 2 metros na horizontal, logo encontra-se uma fissura principal na vertical, que será o apoio para conseguir clipar a próxima costura, no alto na diagonal esquerda. O desafio agora é passar por cima de um grande bloco de pedra, pontiagudo e que além de liso, sem agarras, joga o escalador em uma negativa, pequena, mas bem desconfortável. Utilizando pegadas em aderência e com uns movimentos bem antiestéticos, é possível ficar em pé sobre essa grande pedra e costurar na base, terminando a via. Ao descer deve-se ter bastante atenção, pois existem algumas lâminas na rocha que podem danificar bem as cordas. A via foi conquistada de baixo para cima com utilização de nuts e cliffs e colocação manual de ancoragens utilizando batedor e martelo. Entretanto para se escalar a mesma, basta um joguinho de 7 costuras.

Agradecimento especial a Leticia Bossonario, que com muita paciência ficou fazendo segurança pra mim por horas, enquanto eu colocava as chapeletas manualmente com o Rocpec e martelo Tantan.

Dados da conquista – Pernilongos Assassinos, 17 m, 7a:

Conquistador: Walker Gomes Figueiroa

Data: 21/04/2013

Local: Pedreira de Iracemápolis

Equipamentos:

1 corda dinâmica Nomad – Petzl de 60m.

15 costuras de escalada Ange Petzl

1 capacete Meteor III

1 capacete Elios

1 cadeirinha Hirundos Petzl

1 cadeirinha Selena Petzl

1 jogo de nuts

1 saca nuts

2 Cliffs Goutte d´eau

1 batedor Rocpec

1 Rocpec Adapt

1 martelo Tantan

1 boltbag

1 grigri 2

1 reverso 4

2 anéis de fita de dynnema fin´anneau

1 Spelegyca

Alguns mosquetões

7 chapeletas





Sobre o autor: Walker Gomes Figueiroa


Walker Gomes Figueiroa

Representante exclusivo da Petzl no Brasil, uma das mais importantes marcas de equipamentos de iluminação, verticalidade e resgate do mundo. Atua na área da verticalidade desde 1995 e é instrutor de cursos esportivos e profissionais conceituados mundialmente.